segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Mal que existe dentro e fora de nós

Arquétipos estão presentes nos indivíduos de uma forma individual e coletiva, e interferem tanto na vida pessoal, quanto na pública

* Maia Tereza Giordan Góes

Observando o triste caso da menina Isabella e o forte impacto que tem causado no grande público, vejo que a mídia tem explorado ao máximo esse tema. Nas ruas, o comentário é geral, nos consultórios de psicoterapia, é o tema das sessões, nas escolas, tem sido colocado como tema de discussão entre alunos e professores, e fico pensando que, embora a notícia seja tão cruel e violenta, e nos cause grande sofrimento, o que mais pode estar havendo para que haja tamanha mobilização entre as pessoas? A influência da Persona e da Sombra, arquétipos advindos da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, pode nos trazer um entendimento maior dessa trágica situação. Estes arquétipos estão presentes nos indivíduos de uma forma individual e coletiva, e interferem tanto na vida pessoal, quanto na pública.

A persona é a máscara que utilizamos perante a sociedade e nela estão contidos os papéis aceitos socialmente, enquanto que na sombra, de uma forma inconsciente, estão alojados (também) nossos instintos mais primitivos, medos e desejos inconfessos. O que se espera, é que um indivíduo mais atento ao seu mundo interno tenha conhecimento desses aspectos e saiba lidar com eles da melhor forma, procurando mantê-los em equilíbrio.

Vivemos em uma sociedade que valoriza o espetáculo, geralmente efêmero e superficial, identificada com a persona, onde não se valoriza o essencial e sim, o descartável. Como conseqüência, observa-se uma angústia crescente nas pessoas, gerando na maior parte das vezes desejos de negação da sombra, geralmente projetada no outro. Aspectos sombrios que não são aceitos em nós mesmos são colocados no outro, privado ou público, individual ou coletivo e rechaçados veementemente.

No caso em questão, ficamos tão perplexos que, ao nomearmos um bode expiatório, deixamos de ouvir o próprio chamado evolutivo que busca a integração harmoniosa de toda a humanidade. O momento exige uma tomada de atitude: a reflexão que leva ao auto conhecimento e a busca de um sentido e de um significado para a vida, como antídoto para tão terrível situação.

Devemos cuidar dos nossos pensamentos e das emoções que interferem em nossas experiências diárias. O chamado é para a integração e para a transformação. Um indivíduo consciente de suas limitações, de suas dificuldades e do seu caminho de evolução poderá se transformar em uma célula reformadora e revolucionária para um mundo melhor.

Esse terrível acontecimento que acompanhamos pela mídia é um sintoma coletivo, reflexo da somatória de todos os sintomas individuais. É importante ressaltar que uma mudança externa e a perspectiva de um mundo melhor só poderão acontecer se houver uma mudança interna, em cada indivíduo, pois a bondade ou a maldade de cada um implicam na maldade e na bondade de toda a humanidade. Cabe a cada um a responsabilidade de crescimento e de evolução, possibilitando desta forma o crescimento e a evolução de toda a humanidade. A busca de um sentido e de um significado em nossas vidas nos remete a um cuidado e a uma atenção ao nosso mundo interno, tão negligenciado pela sociedade moderna.

Por meio da meditação, da oração e da contemplação podemos dar início a essa jornada tão assustadora, mas também tão grandiosa, espetacular e fascinante. Sendo psicóloga, acredito na psicoterapia como um recurso extremamente enriquecedor para quem pretende o auto conhecimento; é um trabalho que envolve a compreensão das angústias, dos medos e do sofrimento do indivíduo, levando-o a descobrir a melhor forma de lidar com o próprio mundo interno e tudo que o rodeia.

* M. Tereza Giordan Góes é psicoterapeuta junguiana, autora dos livros Salve a Depressão! e Vivendo sem ter medo de ter medo.
CRP – 0619135
Rua Euclides da Cunha, 248, Pompéia, Santos
Fone (13) 3221 9651
www.tereza.psc.br

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Uma história de dedicação ao próximo

Nilze Bacci Justo mora no bairro da Pompéia há mais de 34 anos. Foi casada com o ex-prefeito Osvaldo Justo durante 46 anos, até seu falecimento, em abril de 2003. Do casamento, tem um casal de filhos, Maria Inês e Luciano, que passaram a juventude e a maioridade no bairro, até se casarem.

Desde moça Nilze é uma católica praticante, e quando se mudou para a Pompéia tornou-se freqüentadora assídua da Igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompéia, à qual se orgulha de fazer parte como voluntária. Dona Nilze integra o movimento Apostolado Coração de Jesus, além de costurar roupinhas de criança para o Roupeiro da Paróquia. “Há muitos anos faço vestidinhos para meninas. Isto é uma paixão que tenho. Costuro durante o ano todo e quando chega o Natal eles são doados para crianças carentes, por meio da paróquia”, disse entusiasmada a voluntária.

Ela também é freqüentadora dos eventos realizados pela sociedade em parceria com a paróquia NSR da Pompéia. Um dos maiores desafios para Nilze foi a missão de comandar o Fundo Social de Solidariedade de Santos, que foi instalado no Orquidário de Santos, sendo a primeira presidente da entidade. “O começo foi muito difícil. Meu marido escolheu ser político e foi eleito prefeito. Mas eu era uma dona-de-casa e de repente, em 1984, me vi com a missão de ser a primeira-dama e de comandar o Fundo Social. Tive medo de falhar, mas tudo deu certo, graças a Deus e aos amigos e voluntários que tanto me ajudaram”, contou emocionada a ex-primeira dama de Santos.

Em 2005 recebeu uma homenagem do Fundo Social de Solidariedade de Santos por ter sido a primeira mulher a presidir a entidade, criada há 24 anos.

sábado, 12 de abril de 2008

Bairro da Pompéia comemora hoje nove anos com Luau

Para comemorar o 9º aniversário a Sociedade de Melhoramentos do Bairro da Pompéia, em Santos, promove uma festa beneficente na barraca de praia, hoje (12), a partir das 20h30. Trata-se do II Luau nas Areias da Pompéia. Além do convite, é obrigatória a apresentação de um quilo de alimento não perecível, a ser encaminhado ao Fundo Social de Solidariedade.

O evento visa comemorar em grande estilo os nove anos da SMB da Pompéia. O objetivo da direção da entidade é repetir o sucesso do ano anterior, quando foi realizada uma animada e amistosa festa. “A diretoria está trabalhando para garantir aos convidados uma noite muito agradável, com boa música, mesa de frutas e petiscos. O ambiente deve ser decorado de acordo com o tema e não faltará segurança”, disse o presidente José Carlos de Almeida.

Os convidados deverão estar vestidos a caráter e e apresentar na entrada um quilo de alimento não perecível. Os convites são limitados e podem ser adquiridos pelos telefones (13) 3877 1087 ou 9105 0109. Não serão vendidos convites na porta.

terça-feira, 8 de abril de 2008

“Nós somos privilegiados”

Santista da Pompéia, o funcionário público aposentado, Renato Soares Prestes, 70 anos, é diretor da Guarda Noturna de Santos, criada em 1940, pelo governador Adhemar de Barros. O surgimento da Guarda Municipal e mudanças na sociedade fizeram a Guarda Noturna entrar em processo de extinção. Ela ainda presta serviços de segurança desarmada e controle de acesso e tem um passado de serviços prestados a Santos. Confira a entrevista com o ilustre morador do bairro.

A Guarda Noturna já teve grande importância em Santos. Por que entrou em declínio?
Ela foi criada pelo então governador do Estado, Adhemar de Barros, em 12 de dezembro de 1940. Desde esta época ela vem prestando serviços à comunidade. É evidente que logo no início, era muito respeitada. As pessoas tinham medo quando aparecia um guarda apitando pelas ruas. Ela fazia todo o patrulhamento das ruas de Santos. Depois, passou a prestar serviços à Prefeitura Municipal, fiscalizando cemitérios, escolas, Paço Municipal, tudo que era da Prefeitura ela tomava conta. Com a criação da Guarda Municipal de Santos ela deixou de prestar este serviço à comunidade. A partir daí ela perdeu a razão de ser.

A Guarda já teve um grande efetivo...
Ela já teve 500 homens. Quando cheguei aqui, em 2000, a convite do governador Mário Covas, isto estava uma bagunça terrível; sindicato brigando com o comando, salários atrasados e uma série de coisas. O governador pediu, por meio do Edmur Mesquita, que eu tentasse por ordem nas coisas. Graças a Deus, com um pouco de paciência e compreensão, eu consegui colocar a casa mais ou menos em ordem. Ficaram as dívidas do passado, porque não se recolhiam FGTS, INSS... Depois que assumi, se passou a recolher. A Guarda era de utilidade pública e ela perdeu isso também e ficou muito difícil. Hoje, estamos aguardamos para ver qual o desfecho para os funcionários.

A corporação tinha poder de polícia?
Ela prestava serviço também em todas as delegacias. Ela tinha poder de polícia, ela prendia e leva para o distrito policial.

Há um processo de extinção?
A Guarda Noturna passou uma época difícil depois de 88, com a nova lei do desarmamento. Nós estamos aqui aguardando uma decisão do governo do Estado. Existiam duas corporações como essa, em Campinas e Santos. A de Campinas já foi extinta. O governo do Estado extinguiu e indenizou os funcionários. Agora, só resta a de Santos. Também existe um projeto na Assembléia Legislativa para a extinção. Ele está passando pelos trâmites legais, já passou pela Comissão de Justiça e acho que é só administrar o projeto. O governador, na época, era o Geraldo Alckimin. Mas como tudo, isto demora, e o pessoal tem a expectativa de receber. Alguns têm 20, 25, 30 anos de serviços. Eles têm de ter aquilo que é de direito. E nós continuamos prestando serviços à comunidade ainda.

Que tipo de instituição é a Guarda Noturna?
Ela não é autarquia, não é particular, não é sociedade anônima, não é limitada... Ela foi criada pelo Governo do Estado. O diretor da Guarda é nomeado pelo secretário de Segurança Pública. Isto prova que existe a ingerência do Estado sobre a Guarda. Nós prestamos contas ao Delegado Seccional. Temos um serviço prestado de dar inveja a muitas entidades que prestam este tipo de serviço, e ela incomoda, porque ela tem um nome, está ai desde 1940. Infelizmente, as leis mudaram, temos de nos adaptar.

Como é a sua relação com a Pompéia?
Mudei para o bairro em 19 de dezembro de 1974. Há alguns amigos que já foram embora, como o monsenhor Benedito. Nós íamos a um bar tomar uma caipirinha no domingo. Lembro da irmã do vereador Fernando Oliva, na Rua Euclides da Cunha. Ela dava o café da manhã para os moradores de rua. Formava uma fila imensa. A casa ainda existe. A praça (João Barbalho) era só um gramado, o pessoal jogava bola. Havia a estação do trólebus. Não sei por que o bairro perdeu esta área. Poderia ser a sede da Sociedade de Melhoramentos. (A área foi permutada pelo município, por outra, na Av. Conselheiro Nébias). Quiserem por um distrito policial lá, mas a população não deixou. Gosto muito do bairro, é um bairro sossegado. Nós somos privilegiados, nós temos açougue, mercadinho, Pão de Açúcar, farmácia, cabeleireiro, padaria, casa de ferragens, igreja, universidade... Acho que é um bairro mais para aposentados. Isto dá uma tranqüilidade terrível (risos). Talvez eu tenha de sair (de casa), pela especulação imobiliária, mas quero permanecer no bairro. Não sei como vai ser. Nunca morei em apartamento.

O Sr. acompanha as ações da SMBP?
O trabalho da sociedade é excelente, há um trabalho social muito bom. O presidente é trabalhador. Recebo o jornal, recebi a revista e o guia com telefones úteis. O trabalho é muito bom.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Meio Ambiente recebe diretoria da SMBP

Em 19 de fevereiro o presidente da Sociedade de Melhoramentos do Bairro da Pompéia José Carlos (Kakulé) e o coordenador do Projeto Ambiental Pompéia, Carlos Augusto, estiveram reunidos com a equipe de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Na oportunidade foram abordados o andamento e as ações do Projeto Ambiental Pompéia – PAPO. Foram discutidas as dificuldades para a implantação de projetos em função da falta de recursos financeiros. Ficou registrada a reafirmação do apoio desta Secretaria Municipal ao projeto.

Na segunda quinzena de março deve ter início a segunda fase de pesquisa do projeto, que inclui conversações com a comunidade para aplicação do projeto Adote uma Praça.

Nova lei municipal

O Prefeito João Paulo Tavares Papa sancionou e promulgou a Lei nº. 2.521 de 07.01.2008. Dispõe sobre o armazenamento, recolhimento e aproveitamento das sobras de alimentos em feiras livres e dá outras providências. O site da Prefeitura Municipal de Santos, www.santos.sp.gov.br, contém a íntegra da lei. Todo munícipe e morador do bairro da Pompéia deve colaborar para o cumprimento da referida lei.